Certa vez eu estava sentada no sofá, apoiando as penas no colo do meu namorado. Ele acabou reparado numa marca de arranhão que tenho e perguntou o que era. Eu me lembrava bem. Estava na casa de uma amiga e o gato gordo dela caiu do sofá e escolheu as minhas pernas para tentar se agarrar e evitar a queda. Esse dia foi bem divertido, éramos 8 amigas e estávamos passando a noite na casa do padrasto de uma delas. Um dia simples, sem muitos acontecimentos históricos, mas que eu não me esqueço, por causa do incidente com o gato que deixou sua devida marca em minha pele.
Isso me fez pensar: Quantas vezes não nos machucamos e ficamos torcendo para que não haja nenhuma cicatriz? Já parou pra pensar, que talvez eu nunca me lembraria desse dia, se não fosse a marca de arranhão em minha perna?
Eu sempre fui uma menina agitada e por isso meus joelhos são muito marcados. Eu me lembro de cada tombo e consequentemente, de cada momento. Estes que estariam esquecidos no tempo, junto de muitos outros, se não fosse pelas marcas.
Toda essa reflexão, me fez pensar em algo com mais significativo e que sofre mais tabus pela sociedade. As tatuagens. Quando me perguntam, você ainda vai gostar da sua tatuagem quando ficar velha? Eu sinceramente não sei. Mas uma coisa é certa. Ela nunca vai me deixar esquecer o que eu senti quando a fiz. Minha pele acaba virando um livro de história. A história da minha vida. Basta olhá-lo e decifrar tudo de intrigante que já aconteceu comigo.