O livro de hoje é Galveston, lançamento da Intrínseca, escrito por Nic Pizzolatto. O autor é conhecido por ter criado a série de tv True Detective que, aliás, eu super indico! E foi por amor a essa série que o livro chamou a minha atenção.
Na primeira temporada da série dois detetives (Matthew McConaughey e Woody Harrelson) investigam vários assassinatos relacionados a rituais satânicos e, paralelamente, são investigados, anos depois, por esses mesmos crimes.
A segunda temporada também é de investigação, mas com um contexto mais político. São três detetives principais (Colin Farrell, Rachel McAdams e Taylor Kitsch) que são perseguidos diariamente por seus problemas pessoais. Achei que essa temporada foi extremamente enrolada, e o que salvou foram os diálogos maravilhosos e o desenvolvimento dos personagens. Mas não chega aos pés da primeira temporada.
Agora, de volta ao livro.
A história é bem simples. O personagem principal, Roy Cody, é um matador de aluguel com câncer, que escapa de ser assassinado em uma emboscada e foge com outra sobrevivente da cena do crime, a jovem prostituta Rocky. Juntos eles vão para Galveston, uma cidade litorânea no Texas, e Roy se torna cada vez mais nostálgico e protetor em relação à menina. Note que eu não disse que ele se torna uma pessoa melhor. Bem no estilo do autor, a verdade é que ninguém no livro presta, cada um por uma razão diferente. A trama se passa, em geral, em motéis e bares, com descrições cruas e nada suaves, e repleta de cenas violentas.
Muitas vezes identificamos o clima da série True Detective no livro, por isso achei importante comentá-la. Seja pela presença de prostitutas, paisagens características norte-americanas, ou até uma cena bem específica da série, quando um dos detetives (McConaughey ❤ ) faz bonequinhos com a lata de cerveja, ação que é repetida por Roy.
“Em um ponto de ônibus, um velho barbudo bebia alguma coisa dentro de um saco de papel e chorava. Ele me disse que estava feliz. Havia saído da prisão naquele dia.
Quando voltei para o meu quarto, estava tão silencioso lá dentro que o tique-taque do despertador parecia reverberar, e aquele pequeno som me dizia que era tarde, mais tarde, e mais tarde ainda.
O tempo passara. Eu estava velho.”
Nic Pizzolatto nos descreve perfeitamente as cenas. Quase podemos enxergar as paisagens e ambientes. Mas as vezes suas descrições ficam um pouco forçadas. Salvo por poucas passagens, Galveston é um livro mediano.
Um história simples, de leitura fácil (não confunda com leitura leve!), com um ponto interessante aqui e ali.
Nota: 6,5
Opiniões sobre o livro são bem-vindas!
Até mais 🙂
Estou lendo o livro e também percebi isso que você falou de às vezes as descrições de espaço ficarem prolixas, deixando a narrativa meio arrastada. Mas, no geral, estou gostando bastante do enredo e tirando essas partes quando estão na estrada vendo as paisagens, está sendo satisfatória a leitura. Nada de outro mundo, porém diverte.
Também me divertiu num geral! Só não é um livraço 🙂
Já viu a série? É ótima!
Bjs
Olha, até que o final do livro me surpreendeu muito, viu? A partir do momento em que foi revelada a verdadeira relação entre a garotinha e a Rocky, a narrativa fluiu em altíssimo nível, realmente surpreendente. Quanto à série, já assisti sim. A primeira temporada é espetacular, já a segunda começou bem mas não engrenou (provavelmente por falta daquele diretor com sobrenome japonês cujo nome esqueci). Abraços!