A teoria do café
Sopro
As espumas se espalham
Posso ver um pequeno espaço,
Marrom, quente
Muito quente e fumaça
Troca calor com o meio
Esfria-se e encontra o equilíbrio
Mas então,
Será este o mistério da vida?
Encontro,
Misturo.
Deixo um pouco de mim,
Levo um pouco de ti
Já não sou igual
Para alguns melhor,
Morna, quente ou fria
Para outros pior
Porém um de cada vez
Triste, reservada
Alegre, florida
Aspartame
Não devia ter tomado
Mas agora já foi,
Seguimos em frente
Até que ficou bom,
Valeu arriscar
E se estragasse?
Não sei, só sei que ficou bom
Termino
Já não sou igual
Sinto falta do meu café
Que adoçou minha boca
E o meu coração.
Poema: Clarice Motta
Foto: Luisa Mascarenhas
Que lindo!